A diástase abdominal

Durante a gravidez, observa-se um aumento da distância entre os músculos abdominais. Este afastamento entre os músculos abdominais deve-se ao estiramento exagerado e à diminuição da espessura da linha alba,  designando-se de diástase abdominal. Esta é uma consequência das alterações hormonais, da sobrecarga mecânica exercida sobre a parede abdominal (devido ao aumento do tamanho do bebé), mas também da mudança de posição de alguns órgãos.

Pode desenvolver-se durante o segundo trimestre de gestação e tende a aumentar até ao parto.

Por vezes, esta situação resolve-se espontaneamente (entre as 4 e as 8 semanas) após o parto. No entanto, infelizmente isto não acontece à maioria das mulheres (nem após o parto, nem nos anos seguintes).

Mas porque é que é tão importante tratar a diástase abdominal?

A parede abdominal tem um papel importante no controlo postural, na estabilidade lombo-pélvica e do tronco, na respiração, nos movimentos do tronco e no suporte dos órgãos. O afastamento dos músculos abdominais pode condicionar o bom funcionamento destas estruturas, enfraquecer os abdominais e influenciar a forma como funcionam. Isto pode provocar alterações mecânicas do tronco, instabilidade pélvica e alterações posturais que a médio prazo podem originar lesões na coluna lombar ou na bacia.

A prática regular de exercício, durante a gravidez, pode diminuir o tamanho da diástase abdominal após o parto.

É possível tratar a diástase abdominal, sem ser necessário recorrer a cirurgia (dependendo do seu tamanho), recorrendo a exercícios específicos de fortalecimento global, respiratórios e posturais.

A escolha dos exercícios abdominais deve ser pensada, tendo sempre em conta uma avaliação prévia da parte abdominal e do tamanho da diástase (não esquecendo o pavimento pélvico). Todas as mulheres são diferentes e as suas diástases também. O que funciona para umas pode não funcionar para outras.

Cuidar da sua diástase abdominal, não se trata de uma questão estética, mas sim de saúde.